Antes de mais nada, quero dar às boas vindas a todos! Não há época melhor para começar alguma coisa do que uma em uma época regida pela luz, principalmente num ano regido especialmente pela espiritualidade. Mas falaremos sobre isso em outra ocasião!
O verão, período regido pelo Pai Sol! E já que estamos sob a influência dessa estação e de Lughnasad, acho válido falar um pouco sobre esse Sabbat, há muito tempo cultuado.
Lammas ou, como também é conhecido, Lughnasadh (Lunasá), ocorre por volta do dia 02 de Fevereiro aqui no hemisfério sul.Lammas é a primeira colheira, momento em que a fartura volta a reinar. É o tempo em que os grãos estão prontos para serem colhidos e, em forma de agradecimento pela boa colheita, os primeiros grãos e os alimentos feitos destes, são dedicados às entidades da agricultura e ao Pai Sol, por propiciar com seus raios o crescimento e desenvolvimento da plantação. Assim, o costume nos conta que eram realizadas várias oferendas, normalmente, através de pães. É por essa razão que durante o rito de Lammas, existe uma etapa que é a confecção de pães e bolos artesanais para oferendar aos deuses, além é claro, das muitas sementes e castanhas da estação!Uma outra atividade tradicional realizada em Lammas, é a confecção das bonecas de milho (pequenas figuras feitas com palha trançada). Esse é um antigo costume pagão realizado por muitos Bruxos modernos como parte do rito do Sabbat Lammas. As bonecas são colocadas no altar para simbolizar a Deusa Mãe da colheita. É costume, em cada Lammas, fazer (ou comprar) uma nova boneca de milho e queimar a anterior (do ano passado) para dar boa sorte.
Lammas era originalmente celebrado pelos antigos sacerdotes druidas como o festival de Lughnasadh. Nesse dia sagrado, eles realizavam rituais de proteção e homenageavam Lugh, o deus celta do sol. Em outras culturas pré-cristãs, Lammas era celebrado como o festival dos grãos e o dia para cultuar a morte do Rei Sagrado.
É durante esse período que o Deus Sol se transforma no Deus das Sombras, doando sua energia às sementes para que a vida seja sustentada, enquanto a Mãe se prepara para assumir o papel de Anciã. Esse poderoso ritual enfatiza a relação do fogo com os Deuses da vida e a centelha da criação. Lammas é o tempo de dar gratidão pelo que você começou a receber e sacrificar o que você puder para receber mais.
Uma das reflexões que faço aqui, é que hoje em dia temos tudo pronto. Estamos acostumados a vermos o alimento pronto tanto para consumo como para venda. Sempre temos a possibilidade de irmos ao mercado e comprar um quilo de milho, um saco de arroz, um saco de aveia e frutas da estação. Com exceção do agricultor que vive disso, poucas vezes paramos para pensar na importância das estações sobre nossas vidas e quanto o sol é importante para gerir esses alimentos que vamos consumir. E menos vezes ainda paramos pra pensar em como seria nossa vida nesse período se não houvesse sol! Já pensou em passar uma estação inteira sem arroz, frutas, aveia? Já pensou se, em algum momento que você fosse ao mercado não houvesse o pão de todos os dias à venda?!
Por outro lado, a colheita ultrapassa o sentido literal e podemos desdobrar esse momento enquanto formas de agir, pensar, sentir, ser. Já pensaram sobre as pessoas que lhes rodeiam? Já parou para pensar nas coisas que você tem emanado? Sobre as atitudes e posturas que tem tomado? Gera bons frutos e resultados ou não? E as coisas que deixamos de fazer?
Então esse é um momento de gratidão e não apenas com relação àquilo que comemos, mas também pelos processos que vivemos, pelas experiências que passamos (sejam elas boas ou ruins) e por tudo aquilo que nos transforma enquanto ser. É o momento também de colher as ações e atitudes que plantamos em nossas vidas. É sem dúvida um momento de especial reflexão, já que sempre colhemos o que plantamos em todas as dimensões, física, mental, espiritual, emocional e etérica.
Bem, dito isso, aqui seguem algumas correspondências do Sabbat e um pequeno rito solitário para celebração da primeira colheita:
Incensos: aloé, rosa e sândalo.Cores das velas: laranja e amarela.
Pedras preciosas sagradas: aventurina, citrino, peridoto e sardônia.
Ervas ritualísticas tradicionais: flores da acácia, aloé, talo de milho, ciclame, feno grego, olíbano, urze, malva-rosa, murta, folhas do carvalho, girassol e trigo.
Para o ritual você vai precisar de:
- caldeirão;
- caldeirão;
- um pão (de preferência um feito por você);
- taça com vinho;
- manjericão;
- verbena;
- álcool;
- grãos variados;
- velas nas cores laranja, marrom e dourado;
O Rito Observação: para esta celebração prepare o altar colocando em volta do caldeirão ramos de trigo, velas nas cores laranja, marrom e dourado e variados tipos de grãos, oferecendo-os à Deusa e ao Deus.
Inicie o rito visualizando uma forte luz prateada que entra pelo topo de sua cabeça e inunda todo o seu ser em luz de proteção. Visualize durante cerca de 30 segundos. Após a visualização, você pode dar início ao rito conforme abaixo:
Enquanto acende as ervas (manjericão e verbena) no caldeirão e as velas, diga:
“Hoje festejo a primeira colheita
E por merecimento sinto-me plenamente feliz
Com abundância e fartura
Agradeço aos Deuses que me guiam pela Roda do Ano
E a eles ofereço o vinho e os grãos”
Pegue a sua boneca de milho e com ela em mãos faça seus pedidos. Em seguida beba o vinho da taça e coma o pão, em comunhão com a boneca. Medite sobre este período da Roda do Ano, no qual o Deus Sol agora se transforma no Deus das Sombras doando sua energia às sementes para que a vida perpetue enquanto a Deusa Mãe se prepara para assumir o aspecto de Anciã. Diga à boneca:
“Minha cara boneca de milho,
Por meio de ti recebemos a mensagem de que em cada semente existe em breve o regozijo do renascimento. Assim como ocorre seu sacrifício o Deus Sol se sacrifica para trazer alimento ao povo. Vá com a promessa de renascimento para que retorne gloriosa e abençoe seu povo”
Confecção da boneca de milho:
Materiais:
- 1 espiga de milho;
- Fitas;
- Tecido colorido e branco;
- Tinta preta;
- Cola;
Após descascar a espiga de milho, cole o pedacinho do tecido branco e pinte sobre este pedaço o rosto da boneca. Amarre o tecido colorido para fazer uma saia. Com as fitas coloridas, faça tranças com os “fios de cabelo” da espiga de milho.
(Esse rito elaborado por Ágatha Cruz.)
Bem, há uma música de uma banda pagã que eu gosto muito chamado Omnia. Para um ritual solitário pode ser perfeito!
O híu Noshàh
O hí Lúghnásádh
Feed the flames and set them dancing
Alimente as chamas e coleque-as para dançar
Hail the Sun and Hail to Life
Hail ao Sol e Hail à Vida
Feed the flames and set them dancing
Alimente as chamas e coleque-as para dançar
Hail the Sun and Hail to Life
Hail ao Sol e Hail à Vida
Spear of fire
Lança de fogo
Burn so brightly
Queime brilhantemente
As the sunwheel in the sky
Assim como a roda do sol no céu
Spear of fire
Lança de fogo
Burn within me
Queime dentro de mim
O híu Noshàh
O Lúghnásádh
Abençoados sejam!
Luz!
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