E finalmente chegamos em Mabon!
Normalmente o Equinócio de Outono é comemorado por volta do dia 23, 21 de março no Hemisfério Sul. No entanto, em 2012, o equinócio de outono é especialmente comemorado hoje, dia 20 e teve seu início, mais precisamente às 02:14.
Talvez seja interessante abordar um pouco do conceito astrológico a cena dos equinócios, pois talvez assim, as ideias e os porquês da celebração não fiquem tão soltas e confusas.
A palavra equinócio vem do Latim, aequus (igual) e nox (noite), e significa "noites iguais", ocasiões em que o dia e a noite possuem a mesma duração. Ao medir a duração do dia, considera-se que o nascer do Sol (alvorada ou dilúculo) é o instante em que metade do círculo solar está acima do horizonte, e o pôr do Sol (crepúsculo ou ocaso) o instante em que o círculo solar está metade abaixo do horizonte. Com esta definição, o dia e a noite durante os equinócios têm igualmente 12 horas de duração.
Bem, para a astrologia, o equinócio é o momento em que o Sol, no movimento anual aparente, corta o equador celeste (círculo máximo em que o prolongamento do equador da Terra intercepta a esfera celeste).
Mabon tem uma simbologia muito especial. É considerada a segunda colheira, porém, repleta de mistérios dos antigos. É o tempo da Deusa descer para o submundo. Com sua partida, nós presenciamos o declínio da natureza e a aproximação do inverno. Há alguns contos que retratam a descida da mãe para o submundo, como o tão conhecido conto de Perséfone.
Nesse mês nós também damos adeus ao deus da colheita que se sacrificou para gerar cada grão. Agora como Greenman, que faz parte do ciclo da natureza e que agora é colhido e suas sementes plantadas na Terra para que a vida possa continuar e ser sempre mais abundante.
Como o mito de Persófone é bem comum, vou trazer o mito do deus gaulês Mabon.
O Deus Mabon era um menino valente, muito belo e corajoso. Desde muito cedo aprendeu a amar e conviver com todos os elementos da natureza, em especial com as árvores e riachos. Estava sempre fugindo para a floresta para brincar com os animais e com as árvores e plantas.
Sempre fora um garoto livre e gostava muito de correr pelos campos e florestas. Era um Deus jovem e irradiava uma luz muito bonita.
Certa vez, no dia do Equinócio de Outono, Mabon desapareceu enquanto brincava nos campos de trigo. Sua mãe, Modron, guardiã do além, protetora e curandeira, a própria Terra, chorou com grande tristeza. As árvores perderam as folhas, e depois os dias tornaram-se escuros e frios. E tudo foi tristeza. Com medo de que essa época tão escura nunca terminasse, Mabon foi procurado pelos quatro cantos, por todos os guerreiros da Terra. E com a ajuda dos animais vivos mais antigos, dentre eles o corvo, a coruja, a águia e o salmão, Mabon foi encontrado, já livre de onde estivera todo o tempo.
O que ninguém sabia é que Mabon havia estado no além mágico de Modron, o útero da Terra, um lugar de encantamento e desafios, onde o jovem garoto pudera se tornar um guerreiro de verdade, e depois renascer como o filho da luz.
A luz de Mabon havia sido tragada pela Terra apenas para ganhar força e tornar-se uma nova semente...
E era assim que os gauleses explicavam a chegada do Outono, uma época de reunir forças para os tempos difíceis que estão por vir.
No Brasil, nós sabemos que as estações não são bem marcadas e em se tratando de alguns lugares como Brasília, o inverno é quente e seco, mas afinal, a secura intensa também torna difícil a sobrevivência das plantas. O cerrado queima e a paisagem é retorcida e desértica. As energias continuam as mesmas, mesmo num inverno quente e seco como a da capital do país. Reparem que é o momento em que determinadas frutas estão inacessíveis o preço de muitos alimentos costumam subir na escassez.
É óbvio com tanta tecnologia, muitas coisas são diferentes e isso se torna uma forte variável para que não passemos tantas dificuldades, mas ainda que de uma forma sutil, podemos sentir essa variação na estação com tudo aquilo que colocamos em nossos pratos e, quando a sensibilidade está mais apurada, percebe-se também as alterações energéticas.
Mabon é tempo de reflexão, pois a colheita é farta, mas carregada da sabedoria dos antigos. É tempo de equilíbrio e de ponderar, de meditar e de agradecer. Ainda, é tempo de reunir os que amamos para partilhar desse momento de sabedoria e abundância (afinal é o momento da segunda colheita!). Por tanto já fica a dica de uma atividade que pode ser feita nesta época!
Agora, vamos às correspondências!
Outros nomes para este sabbat:
Equinócio de Outono, Alban Elfed, Colheita do Vinho, Cornucópia, Segunda Colheita, Dia de Ação de Graças das Bruxas.
Cores:
Marrom, verde, amarelo, vermelho.
Divindades:
Relacionadas ao vinho e às colheitas, mas especialmente os mitos de Mabon/Modron e Perséfone/Deméter.
Plantas e ervas:
Alecrim, calêndula, sálvia, noz, folhas e cascas, visco, açafrão, camomila, folhas de amêndoa, frankincenso, rosa, agridoce, girassol, trigo, folhas de carvalho, maçã seca, sementes de maçã.
Pedras:
Âmbar, quartzo translúcido, olho-de-tigre, citrino.
Toalha do altar:
Laranja ou cor de vinho.
Velas:
Marrons, cor de vinho ou roxas.
Incensos:
Hibisco, mirra, rosa e sálvia (ou misture todos).
Outros apetrechos decorativos:
Ramos de ervas secas, girassóis, folhas secas, batatas, bagas e espigas de milho.
Comidas e bebidas:
Abóboras, grãos no geral, pães, bolos, raízes de todos os tipos, batatas, nozes, sidra com canela, vinho.
Atividades tradicionais:
- Elaborar uma cornucópia para prosperidade
- Fazer bonecas mágicas de maçã
- Andar pelos campos
- Fazer grinaldas e oferecer à Natureza como agradecimento
- Fazer vassouras mágicas
- Fazer amuletos
- Confeccionar uma Rainha da Colheita
- Fazer uma oferenda aos deuses com frutas e folhas
- Encher uma cesta com cones de pinheiros, folhas secas coloridas, trigo, bolotas de carvalho e ramos de pinheiro e deixar na sua porta de entrada para atrair boa sorte
- Colocar espigas de milho na sua porta de entrada
Abençoados sejam!
Luz!